segunda-feira, 16 de julho de 2012

A Importância das Molas no Pilates

Escrevi algum tempo atrás um texto sobre molas a pedido da Revista Oficial de Pilates. Esse mês o artigo saiu na revista, com algumas poucas modificações,  citando meu nome e com outro professor, que não é da minha equipe, fazendo a parte de exercícios e fotos. Desta forma posto aqui a matéria na íntegra porque acho que é uma reflexão bacana sobre a importância das molas no Pilates.
Assim fica divulgado lá e cá!


A IMPORTÂNCIA DAS MOLAS NO PILATES

A intensidade da Força elástica  é diretamente proporcional à deformação (Lei de Hooke)
Foi após um bom tempo de observações e experimentos  que o físico inglês R. Hooke, em 1660, estabeleceu a lei acima que fala da relação de forças aplicadas a corpos no que diz respeito a sua elasticidade.


O objeto aonde se pode notar mais facilmente essa ação, ou seja, aonde a força produzida é diretamente proporcional a sua deformação, são as MOLAS.
Foi lançando mão deste aparato que Joseph Pilates iniciou seu trabalho de reabilitação de soldados feridos na Primeira Guerra. Era a ferramenta  mais acessível  que cumpriria a função que ele tinha em mente – prover resistência aos movimentos gerando fortalecimento muscular e, consequentemente, reabilitação.


A eficácia das molas é tão grande que, até hoje, são elas que aparecem em vários dos aparelho que ele criou: Reformer, Chair, Cadillace, mais atualmente, a prancha de molas.
Interessante observar que no Reformer e na Chair as molas dão força indiretamente,  seja através do pedal, do apoio da barra de pés, das corda, do carrinho.


Já no Cadillac, apesar de ainda encontrarmos sua ação vinculada a uma barra (a torre), a mola terá seu momento solo, de estrela,  estando  fixa com uma das extremidades (através de um pequeno aparato chamado snap) em um olhal  (argola fixa no Cadillac ou prancha de molas) e com a outra extremidade livre conectada diretamente em quem executará o gesto através de uma alça de mão, coxa, ou pés.


Quando ela é utilizada desta forma mais “livre” dizemos que o movimento é feito em uma cadeia cinética ABERTA. É uma situação mais desafiadora para quem executa pelo fato do movimento ser desenhado apenas e tão somente pelo executor, sem nenhum caminho dado por uma barra ou carrinho. Outro fator de desafio é o fato da moça geralmente ser conduzida pelas mãos ou pés gerando mais alavanca na coluna exigindo maior controle de centro (CORE).


As molas do estúdio podem ser encontradas em diferentes resistências – geralmente sinalizadas por cores. Nem sempre a de maior resistência ou tensão indica que haverá maior grau de dificuldade no que será executado. O trabalho de Pilates segue essa linha: uma mola forte pode ser utilizada como assistência (Lunge  na Chair) ou, pelo contrário, como resistência, 5 molas conectadas (Footwork no Reformer).


Levando-se em consideração a importancia fundamental das molas, sejam utilizadas isoladamente ou nos aparelhos, fica claro que este é um ítem fundamental na escolha de um bom equipamento. Analise com cuidado desde a aparência até a variedade de resistências das molas. Um equipamento como um Reformer que ofereça um variedade de tensões em suas 5 molas permitem muito mais combinações do que um com 5 molas de tensão igual.


Finalmente, procure manter suas molas lubrificadas e organizadas. Por sua estrutura helicoidal a mola tem uma grande área para absorver poeira, portanto procure mantê-las penduradas em algum tipo de suporte, um varal de molas. Desta forma elas não ficam balançando e no meio do caminho. O estúdio de Pilates é muito bonito, não fica bem aquele aparelho com 6 molas penduradas em toda a sua estrutura.


 Procure deixar na máquina apenas as molas  que você estiver utilizando, desta forma o ambiente fica organizado e não haverá perda de tempo para ficar procurando molas. As bolas tem varal, por que não as molas?

O que vocês me dizem? Abraço, Silvia.

5 comentários:

Renata Batista disse...

Olá, nunca vi ninguém lubrificar molas. Como seria? Usa algum produto ou é apenas mantê-las limpas? BJS até...

Silvia Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Silvia Gomes disse...

Oi Rê, principalmente para gente que mora perto do mar, é bom sim lubrificar as molas. Você prepara uma cama de jornal, de preferência num lugar aberto, limpa elas com um pano seco, estica as meninas e bate um spray de silicone. Depois deixa elas deitadinhas no jornal para escorrer bem, dá uma enxugada com um pano e voilá! Molas protegidas e com maior durabilidade. Beijos... tô chegando! rsrsr

Unknown disse...

olá, li seu Blog e achei interessante... Durante o Leg circle, quando se está realizando no solo, com um sistema d molas, terá maior propriocepção, maior controle motor, e tendo maior estabilidade do quadril. Já no reformer, por ser uma base móvel, terá maior instabilidade, e menor controle sobre o corpo... é isso?

Silvia Gomes disse...

Olá Carla, seu pensamento é muito interessante e desenvolvemos vários semelhantes a esse no curso Construção de Aulas. Vamos por partes: o carrinho do Reformer é sim uma superfície deslizante/instável mas, em geral, não se considera a classificação de cadeias para coluna e sim para membros. Por exemplo, num Side Split um dos apoios é o pé sobre o carrinho – nesse caso estamos em uma cadeia pseudo fechada para esse pé já que o carrinho desliza num eixo fixo – assim como a barra torre do Trapézio. No entanto no Feet in Straps que você cita, estamos trabalhando – seguindo a abordagem da Polestar – numa cadeia pseudo fechada pelo fato dos dois pés estarem associados e terem que trabalhar associados e em simetria – na maioria dos exercícios, mantendo as duas cordas estendidas todo tempo. No caso das molas, leg circles uni ou bilateral estando deitados no solo – mais estáveis – ou sobre um rolo – mais instáveis, as molas trabalham sempre de maneira independente, ou seja, cada membro recebe seu próprio estímulo, sem associações, ou seja estamos numa cadeia aberta o que , em geral, sugere um grau de dificuldade maior, exigindo mais controle sobre o corpo. Mas tudo isso é bastante relativo em função das cargas, apoios e até do aluno e sua relação com os diversos estímulos do ambiente de Pilates. Espero ter clareado algo. Beijo, Silvia.

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Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..