sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Melancia e o balão: tensão x ativação.

Olá pessoal!

Estes dias, pensando e recolhendo os elementos para escrever a postagem sobre cervical, estive notando como meu foco de atenção na correção dos movimentos, realmente, se fixa muitas vezes, nesta região do pescoço. Comecei a me questionar o porquê disso.
Por que é tão importante que a cervical esteja bem organizada (e isso quer dizer, simplesmente, relaxada), para que os movimentos de coluna, como extensões e flexões laterais, por exemplo, aconteçam de maneira adequada, fluida?

Acompanhem-me: quando estamos com um membro relaxado, ele tem um peso. Seu peso natural de ossos, músculos, fluidos, etc. Vamos imaginar o braço por exemplo.
Se alguém tentar erguer meu braço e eu resistir, através de uma ativação muscular consciente, ele ficará mais pesado. Através da força, da ativação muscular, eu aumento seu peso.

“As unidades de medida de força comunmente utilizadas são o quilograma-força (kgf) e o newton (N). Para o caso de uma força, uma unidade muito utilizada na prática diária é 1 quilograma-força, que se representa por 1 kgf. Um quilograma-força é a força com que a Terra atrai o quilograma padrão (isto é, o seu peso), ao nível do mar, e a 45° de latitude. O quilograma-força não é uma unidade força do SI (Sistema Internacional de Unidades). No SI, a unidade de medida de força é o newton (N), em homenagem a Sir Isaac Newton.”**

Então vejamos, imaginem uma vara de pescar com sua estrutura longa, e ao mesmo tempo flexível e resistente. Se estivermos pescando, quando formos tirá-la da água, faremos pouco esforço se não pescarmos nada, anzól vazio. Mas, quando formos tirar um grande e pesado peixe da água, o esforço aumentará proporcionalmente ao peso do peixe: quanto maior ele for, maior esforço será feito.


Numa extensão de coluna a situação é parecida. Se a cabeça estiver pesada para baixo, conectada a um pescoço duro e retificado (limitando a extensão), o esforço da subida será muito maior. A ativação da musculatura anterior (flexora) do pescoço, neste caso, estará gerando um grande aumento de peso na extremidade da coluna, com consequente sobrecarga para outras regiões da musculatura extensora que quer erguer o tronco.
Neesa situação a ativação está sendo feita de maneira automática, de forma inconsciente e indesejável, ou seja, é tensão.

Como eu disse na introdução do post, a ação muscular gera peso (kgf) que pode ser usado a favor, ou contra, a mobilidade. Tensão, de maneira geral, é justamente a ativação muscular indevida e indesejável, que gera sobrecarga para a própria musculatura carregá-la. É um círculo vicioso, tensão que gera peso, que necessita tensão para sustentá-lo, e por aí vai.

As mãos do instrutor (e as do próprio aluno, através do auto toque) podem dar poderosos estímulos de relaxamento, encontro de espaços para o pescoço. O toque verbal e táctil facilita a compreensão por parte do aluno do relaxamento das estruturas tensas. Fica mais fácil transformar o pesado em leve: deixamos de ter que erguer uma pesada cabeça melancia, presa a um pescoço tenso e achatado, para flutuar auxiliados por uma leve cabeça balão conectada a um longo e macio pescoço tubular.
É a ativação funcionando a favor do movimento.

É isso aí! Beijos, Silvia.

**http://www.brasilescola.com/fisica/forca.htm

6 comentários:

Suzanna disse...

Oi Silvia, boa tarde. Antes de tudo que ro dizer que fiquei muito feliz em encontrar um blog de Pilates feito por uma prof de educação física, nos ajuda bastante.
Na verdade Gostaria de fazer uma pergunta, naum sei se estou no lugar certo, mas naum custa tentar.
Você acha que estaria montando uma aula ruim se aproveitasse em um mesmo aparelho para fazer exercícios de MMII e MMSS, passando em seguoda para outro aparelho e voltando para MMII e depois para MMSS, evitando assim uma fadiga muscular?
Gostaria muito de ouvir sua opinião.
Obrigada, atenciosamente, Suzanna (Cuiabá-MT).
Meu e-mail é nanapassinato@bol.com.br

Silvia Gomes disse...

Oi Suzanna, bem vinda! Não acredito que a mudança de aparelhos e alternância de MMII e MMSS poderiam caracterizar uma aula ruim desde que você tenha motivos para fazer suas opções e saiba justificá-las. Dê uma passeada no blog clicando nas pequenas flechinhas a esquerda dos anos e meses (todas as postagens). Você encontrará posts sobre sugestão de organização de aulas.
Beijo, Silvia.

Anônimo disse...

Ola! Boa pergunta da Suzanna... Minhas aulas comeco com alongamentos, mobilizacao de coluna, depois fortalecimento de MMII, ABD, MMSS, terminando com alongamento. Utilizando todos os aparelhos do pilates, bola, rolo e exercicios de solo. Gostaria muito tambem de ouvir a sua opiniao.
Muito obrigado!
Ale.

Silvia Gomes disse...

Suzanna e anônimo, sugiro que vocês leiam essa postagem de 2008

http://pilatespaco.blogspot.com/2008/06/sugestes-didticas-para-o-ambiente-de.html

e também

http://pilatespaco.blogspot.com/2010/01/ola-pessoal-sejamos-todos-bem-vindos.html

Copiem e colem na barra de endereços. Lá vocês verão como costumo organizar minhas aulas.
Se continuarem dúvidas conversaremos ok?
Beijos, obrigada pela participação, Silvia.

Joao Rangel disse...

Olá, Silvia. Sabe quem é o melhor anti-tabagista? O ex-fumante. O melhor pregador? O ex-pecador. Meus amigos, já que são amigos, tem que me aturar falando do Pilates. Não canso de exaltar os resultados que venho obtendo. Vou botar um link seu lá no blog. Essas últimas postagens estão ótimas. Fique a vontade para usar o que te interessar, quanto mais se fala, maior o eco. Abração.

silvia gomes disse...

Oi João, prazer te ter por aqui! Bom humor vale ouro puro!!
Beijo grande, fique à vontade: o blog é nosso!

Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..