Oi pessoal!
Faz algum tempo que venho me dando conta de uma idéia bastante óbvia, mas que tem me dado uma clareza e direcionamento bastante grandes na hora de trabalhar, dar dicas, facilitando a vida do aluno.
A idéia é essa do título do post – o que não dobra, empurra. Na realidade “dobrar” não seria o verbo que expicaria exatamente a idéia, mas sim "articular”. Quando falamos em movimento humano, falamos nesse jogo de estabilizar e articular. Quanto mais dominamos esse jogo, melhor nossa coordenação motora e controle, maior a economia de contrações musculares indesejáveis e, consequentemente, menos tensão desenvolvemos.
O insight dessa idéia me veio quando um aluno executava o exercício da imagem ao lado, de passar a barra torre no trapézio (side pull-up). Notei que seu ombro subia e, obviamente me vieram as idéias de falta de estabilização, organização, etc.
Mas, o que apareceu claramente naquele momento para mim, como numa visão de raio X do gesto, pensando apenas no esqueleto do aluno fazendo o movimento, foi que o úmero estava empurrando a escapula pra cima!
O que fazer então para que isso não acontecesse? O que estimular? Em que momento aquele úmero começava e empurrar a escápula/ombro para cima?
Pois bem, o úmero subia porque era a direção que encontrava para ir quando a outra direção o bloqueava, estava impedida: o cotovelo que deveria dobrar não articulava de maneira eficiente. Me dei conta do óbvio: assim como a junta coxo-femural que, quando não articula, empurra a patela, o cotovelo que nao articula empurra a escapula.
Bingo! Comecei a estimular mais os alunos a focarem sua atenção no local “do articular” durante o gesto, permitindo e estimulando este deslizar.
Vamos experimentar?
Em cadeia aberta:
Alongue um braço a frente do seu corpo como se apoiasse seus dedos numa parede a sua frente. Deixe o o úmero conectado na escapula, com ótima congruência, ou seja, espaço clavicular preservado, musculatura peitoral macia.
Verifique com a mão livre se o peitoral está macio. Se não estiver recolha gentilmente o úmero para dentro até que a escapula retome sua neutralidade e descanse sobre seu gradil costal dorsal. Braço longo e pesado no ar como se boiasse sobre as águas.
Muito bem! Comece a dobrar seu cotovelo em direção a sua cintura deixando que seu úmero desça até ficar do lado de seu tronco, que seu cotovelo aponte para o solo e que, a palma da sua mão, que antes olhava para o solo, agora olhe na mesma direção de seus olhos – para frente.
Experimente agora com os dois braços. Quando estiver com os dois braços flexionados projete ainda mais seus cotovelos para o solo, deixe seu pescoço longo, escápulas baixas, clavículas abertas.
Em cadeia fechada:
Agora vá para perto de uma parede e fique de frente para ela. Faça o mesmo gesto de dobrar MUITO seus cotovelos até tocar sua testa na parede. Foque sua atenção neste deslizamento, procure manter espaço entre clavículas E entre as escápulas.
Faça algumas vezes.
Agora, em camera lenta, execute o mesmo gesto travando o deslizamento dos cotovelos, não permitindo que eles dobrem, mas continue indo com a testa em direção a parede. O que acontece?
Provavelmente você notará que seus ombros sobem e suas scapulas juntam atrás.
Por que? Porque o que não dobra EMPURRA.
Quando não articulamos aonde isso deve acontecer, a peça óssea começa a empurrar as outras articulações e ossos. Quando utilizamos isso a nosso favor (como no pézinho da bicileta da flexão lateral) isso é bom.
Mas quando acontece a nossa revelia, por má coordenação, falta de mobilidade ou de consciencia dela, isso vira tensão e desorganização.
Resumo da opera: estimule nos seus alunos a percepção, atenção, dos locais aonde acontecem os movimentos e peça para que deixem que aconteça. Peça que imaginem aquele lugar cheio de oleo de forma que as juntas façam jus ao nome ARTICULAÇÃO.
Quando for ensinar um movimento pela primeira vez faça um ensaio prévio.
Faz algum tempo que venho me dando conta de uma idéia bastante óbvia, mas que tem me dado uma clareza e direcionamento bastante grandes na hora de trabalhar, dar dicas, facilitando a vida do aluno.
A idéia é essa do título do post – o que não dobra, empurra. Na realidade “dobrar” não seria o verbo que expicaria exatamente a idéia, mas sim "articular”. Quando falamos em movimento humano, falamos nesse jogo de estabilizar e articular. Quanto mais dominamos esse jogo, melhor nossa coordenação motora e controle, maior a economia de contrações musculares indesejáveis e, consequentemente, menos tensão desenvolvemos.
O insight dessa idéia me veio quando um aluno executava o exercício da imagem ao lado, de passar a barra torre no trapézio (side pull-up). Notei que seu ombro subia e, obviamente me vieram as idéias de falta de estabilização, organização, etc.
Mas, o que apareceu claramente naquele momento para mim, como numa visão de raio X do gesto, pensando apenas no esqueleto do aluno fazendo o movimento, foi que o úmero estava empurrando a escapula pra cima!
O que fazer então para que isso não acontecesse? O que estimular? Em que momento aquele úmero começava e empurrar a escápula/ombro para cima?
Pois bem, o úmero subia porque era a direção que encontrava para ir quando a outra direção o bloqueava, estava impedida: o cotovelo que deveria dobrar não articulava de maneira eficiente. Me dei conta do óbvio: assim como a junta coxo-femural que, quando não articula, empurra a patela, o cotovelo que nao articula empurra a escapula.
Bingo! Comecei a estimular mais os alunos a focarem sua atenção no local “do articular” durante o gesto, permitindo e estimulando este deslizar.
Vamos experimentar?
Em cadeia aberta:
Alongue um braço a frente do seu corpo como se apoiasse seus dedos numa parede a sua frente. Deixe o o úmero conectado na escapula, com ótima congruência, ou seja, espaço clavicular preservado, musculatura peitoral macia.
Verifique com a mão livre se o peitoral está macio. Se não estiver recolha gentilmente o úmero para dentro até que a escapula retome sua neutralidade e descanse sobre seu gradil costal dorsal. Braço longo e pesado no ar como se boiasse sobre as águas.
Muito bem! Comece a dobrar seu cotovelo em direção a sua cintura deixando que seu úmero desça até ficar do lado de seu tronco, que seu cotovelo aponte para o solo e que, a palma da sua mão, que antes olhava para o solo, agora olhe na mesma direção de seus olhos – para frente.
Experimente agora com os dois braços. Quando estiver com os dois braços flexionados projete ainda mais seus cotovelos para o solo, deixe seu pescoço longo, escápulas baixas, clavículas abertas.
Em cadeia fechada:
Agora vá para perto de uma parede e fique de frente para ela. Faça o mesmo gesto de dobrar MUITO seus cotovelos até tocar sua testa na parede. Foque sua atenção neste deslizamento, procure manter espaço entre clavículas E entre as escápulas.
Faça algumas vezes.
Agora, em camera lenta, execute o mesmo gesto travando o deslizamento dos cotovelos, não permitindo que eles dobrem, mas continue indo com a testa em direção a parede. O que acontece?
Provavelmente você notará que seus ombros sobem e suas scapulas juntam atrás.
Por que? Porque o que não dobra EMPURRA.
Quando não articulamos aonde isso deve acontecer, a peça óssea começa a empurrar as outras articulações e ossos. Quando utilizamos isso a nosso favor (como no pézinho da bicileta da flexão lateral) isso é bom.
Mas quando acontece a nossa revelia, por má coordenação, falta de mobilidade ou de consciencia dela, isso vira tensão e desorganização.
Resumo da opera: estimule nos seus alunos a percepção, atenção, dos locais aonde acontecem os movimentos e peça para que deixem que aconteça. Peça que imaginem aquele lugar cheio de oleo de forma que as juntas façam jus ao nome ARTICULAÇÃO.
Quando for ensinar um movimento pela primeira vez faça um ensaio prévio.
Prática – Braços na cadeira em prono (variação do Swan).
Peça ao aluno que faça o gesto em pé com uma bastão nas mãos, flexionando e estendendo os cotovelos como na primeira experiência de hoje em cadeia aberta. Peça que visualize que o bastão está paralelo as suas clavículas e que deverá permanecer assim. Quando chegar com os cotovelos na cintura tracione, por trás, seus úmeros para baixo para que sinta a sensação do pescoço longo e úmeros que tracionam as escápulas para baixo.
Peça ao aluno que faça o gesto em pé com uma bastão nas mãos, flexionando e estendendo os cotovelos como na primeira experiência de hoje em cadeia aberta. Peça que visualize que o bastão está paralelo as suas clavículas e que deverá permanecer assim. Quando chegar com os cotovelos na cintura tracione, por trás, seus úmeros para baixo para que sinta a sensação do pescoço longo e úmeros que tracionam as escápulas para baixo.
É esta sensação que ele irá reproduzir na cadeira em prono, porém com as mãos no pedal e não com o bastão.
É isso aí!
O que vocês acham destas idéias? Se fizerem asexperiências, me cont
13 comentários:
Excelente postagem. Nós da Jf Pilates, adoramos o blog da Sílvia Gomes. Continuem postando. Cada postagem de vocês é uma felicidade para que gosta de Pilates
Nossa... ouvi até a sua voz lendo essa postagem!! É exatamente esse o ponto: permitir ao aluno compreender onde o movimento deve acontecer!!Vc conhece o livro "A BIOMECÂNICA DA COORDENAÇÂO MOTORA", de Angela Santos? Muito legal para estudarmos cada sistema da construção motora!! Bjs e obrigada!!
Oi JF, sou vizinha de vocês em Sampa, quer dizer, meus pais moram em frente ao estúdio. Bem vindo ao blog, aproveitem bastante e vamos compartilhando nossas experiências. Beijos!
Oi Lilian, não conheço desta autora, conheço o da Beziers (mesmo título, Coordenação Motora). Vou atrás deste também, brigadão! Ah! Que bom gostou do post! Beijo e apareça sempre!
Oi Silvia!! Bem lembrado este tema abordado, nossos alunos sempre compensam de alguma forma os movimentos e precisamos ficar atentos! A terapia manual prega muito isso, quando bloqueamos uma articulação usamos as adjacentes em demasia, a lei da hipo e hipermobilidade, não sei se vc já ouviu falar! E os bloqueios podem ter inúmeras causas, barreiras óssea, muscular, neural, fascial e tbm falta de coordenação, apuro do movimento e da utilização do corpo como um todo!
Beijos Silvia! e gostei da prática vou levar para o studio!
Oi Roberta, não conhecia não a lei da hipo, hiper , que bacana! Vou procurar bibiografia. Leve sim a idéia para o estúdio...funciona supe bem! Beijos, Silvia!
Oi Roberta, não conheço não a lei, mas agora vou correr arás! Experimente sim a prática no estúdio, dá um resultado bacana. Beijo!
ameii. não quero mais perder esse blog de vista.
bjos...
Oi Nanda! Chegando agora? Fique a vontade.. tem bastante passeios aí dentro..rsrs Beijo rande, Silvia.
eee saudade que bate no meu coração... Tecla SAP! ótimo post, ótima associação de idéias... ótima!
Beijos!
Oi minha queridíssima! Tambem sinto muito sua falta! Que bom que gostou do post, vindo de você o elogio é ainda maior.. aproveite! Beijo grande!!
Boa noite Silvia, estou gostando muito do seu blog e gostaria de fazer um curso de Pilates com vc, manda pra mim informações sobre os mesmos.
Parabéns e não desanima de escrever essas maravilhas para nós.
adcravo@hotmail.com
OI Adriana, que bom que você está gostando do blog. Fique sempre à vontade! E não se preocupe, não pretendo parar de compartilhar conhecimento... beijos!
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