domingo, 11 de setembro de 2011

Pilates na Terceira Idade: sugestão de trabalho para Osteoartrose


Olá pessoal!

Como vocês sabem, desenvolvemos neste ano o Curso de Pilates na Terceira Idade, em função da demanda de clientes nessa faixa etária que nos procuram nos estúdios. De lá para cá estamos constantemente estudando e buscando novidades para incorporar e manter atualizado nosso programa.
Hoje queremos compartilhar com vocês um pouco sobre a OSTEOARTROSE.

A Gerontologia entende que o envelhecimento não significa uma decadência e sim uma seqüência da vida, com suas características e particularidades . Os benefícios do Pilates na terceira idade vão desde o alívio das dores provenientes da idade até melhora da auto-estima.
O que diferencia o atendimento de um idoso para uma pessoa jovem dentro do ambiente de Pilates são:
· O conhecimento das patologias, suas conseqüências e contra-indicações
· A segurança na escolha dos exercícios do repertório bem como suas adaptações
· Uma boa metodologia e didática que contribuam tanto para a parte física quanto psicológica do idoso.

Dentre todas as patologias que acometem os idosos a OSTEOARTROSE é a mais comum delas, estimando-se que ocorra em até 90 % da população adulta.
A osteoartrose, também chamada de artrose, é um processo degenerativo articular , resultante da degeneração progressiva da cartilagem articular, hipertrofia e deformação do osso subcondral e inflamação da membrana sinovial.

A cartilagem articular é um tipo de tecido conjuntivo que reveste a extremidade dos ossos no local de sua conexão permitindo movimento entre eles. São exemplos de articulações os joelhos, os tornozelos, os dedos das mãos, os dos pés, o quadril, as vértebras da coluna, os ombros, os cotovelos, os punhos, a mandíbula etc..

A função básica da cartilagem articular é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque quando submetido à forças de compressão (como no caso do quadril, joelho, tornozelo e pé), ou de tração, como no caso dos membros superiores. Além da cartilagem, outras estruturas também fazem parte da articulação, desempenhando papéis específicos como o líquido sinovial, que lubrifica as articulações e os ligamentos, que ajudam a manter unidas e estáveis as articulações.

Toda vez que há um desequilíbrio entre os constituintes articulares a estrutura fica sujeita à entrar no chamado PROCESSO DE DEGRADAÇÃO ARTICULAR podendo desenvolver patologias como a OSTEOARTROSE.

Os sintomas mais comuns da OSTEOARTROSE são:

• Dor articular
• Rigidez
• Crepitação
• Instabilidade articular
• Limitação de ADM
• Alargamento ósseo

Esses sintomas podem repercutir levando à limitação das funções do indivíduo , dentre elas:
• Diminuição da força e da resistência muscular
• Limitação da função articular, seja na absorção de impacto ou na amplitude do movimento
• Alterações na marcha

A evolução mais cruel para o indivíduo idoso é a INCAPACIDADE FUNCIONAL. O indivíduo se vê numa situação em que afazeres que antes eram simples ficam difíceis, ou até impossíveis, de serem executados com independência.
A atividade física bem orientada, aplicada e executada, será um forte aliado no processo de reabilitação e independência dessas pessoas promovendo aumento da resistência muscular, melhora na mecânica articular, incremento na coordenação e o equilíbrio e, por conseqüência, melhora a qualidade de vida e capacidade funcional.


O Método Pilates oferece muitas ferramentas que permitem ao instrutor equilibrar momentos de descarga de peso - fundamental tanto para a absorção óssea quanto para a produção de sinóvia – com momentos de decoaptação articular – que libera a articulação trazendo alívio e contribuindo na sua lubrificação.
O ambiente de Pilates conta com uma diversidade de recursos, seja através do repertório e suas adaptações, seja através dos acessórios que permitem ao instrutor elaborar um programa que estimule a propriocepção articular promovendo melhoria no equilíbrio corporal, coordenação e marcha, contribuindo também com a prevenção de quedas.

Uma sugestão que deixamos hoje para vocês é o trabalho de membros superiores com molas. Muitas vezes a osteoartrose dificulta para o aluno trabalhar com a garra dos dedos. Uma adaptação que vem funcionando bem é a utilização dos velcros nos punhos.

Nas três primeiras fotos mostramos um exemplo de decoaptação articular de punhos, cotovelos e glenoumeral associado ao alongamento das estruturas e muscultaura adjacente.

















Nas fotos abaixo propomos exercícios de força de cintura escapular, costas e braços e, ao mesmo tempo que mantemos o estímulo a decopatação nas articulações dos punhos através da tração exercida pelas molas.








E vocês, como vem trabalhando com seus idosos?




No curso damos várias opções deadaptação. Caso tenham interesse em participar, acessem http://www.rmcursos.com/








Beijo, Silvia.

5 comentários:

Juliana Novaes disse...

Oi Sílvia, acho interessante também trabalhar a força de preensão palmar, visto que esta vei sendo reduzida devido o processo de sarcopenia. Portanto acho que seria interessante utilizar a garra ao segurar as alças de mãos e theraband. Abraços!!

Silvia Gomes disse...

Olá! Sem dúvida, como foi descrito no post, temos que temperar os trabalhos de decoaptação, descarga de peso e também da força da garra. Infelizmente, muitas vezes o indivíduo não consegue segurar as alças e, muito menos a theraband. Daí a sugestão que popoõe uma adaptação que continua permitindo o trabalho com molas - importante fisicamente e também psicologicamente (considerando que os colegas fazem). Mas, enquanto for possível, ou ainda, nos dias em que for possível (muitas vezes o mesmo aluno está em condições extremamente diversas de um dia para oouro), trabalhar as garras é muito importante, até para facilitar as AVDs. Ótimo comentário, grata por participar! Beijo!

Anônimo disse...

Oi Silvia, me convidaram para trabalhar com idosos mas querem que seja um grupo grande (aulões),acho que com Pilates não seja possível e pensei em treinamento funcional,gostaria muito de saber sua opinião, ela é muito importante para mim, qualquer que seja me dê sugestões de cursos que vc confia. Obrigada!!

Silvia Gomes disse...

Olá! Não conheço bem Treinamento Funcional, mas não entendo porque seria mais seguro ou indicado para Terceira Idade do que o Pilates (que, no meu ponto de vista, é extremamente funcional). Uma coisa é certa, trabalhar com terceira idade em grupos grande é uma atividade delicada e algo arriscada. É bom definir com clareza seus objetivos, preparar bem suas aulas e ser extremamente focada em higiene postural. Beijo, grata por participar, Silvia.

Camila disse...

Olá, gostaria de saber se este ano vc irá ministrar o curso de Pilates para a terceira idade, se sim, gostaria de saber onde e todas as informações. Obrigada.

Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..