Escrevi uma postagem algum tempo atrás com o título tobogãs internos. http://pilatespaco.blogspot.com/2009/05/os-tobogans-internos.html
Parecia uma grande viagem, mas não era não. Tem sido cada vez mais uma referência muito efetiva para os alunos nas aulas.
A idéia de encontrar os deslizamentos, ou se concentrar neles, é de grande valia no processo de organização postural.
Quando propuser exercícios de estabilização da coluna associado à dissociação de membros, chame a atenção do aluno, após uma rápida explicação, para que fique atento ao local aonde o movimento acontece.
Pode ser nos ombros (gleno umeral) ou quadris (coxo femoral).
Em relação à rápida explicação, eu costumo dizer, por exemplo: seu úmero está conectado na sua escápula. Observe que o movimento está acontecendo, somente, nessa conexão. O resto do braço acompanha esse deslizamento..
Neste momento as imagens também são muito úteis, por exemplo, imagine que o úmero gira nessa cavidade e ela está cheia de óleo.
Outros elementos que ajudam, são o que Blandine Calais chama de movimentos sinoviais: movimentos que acontecem sem nenhuma ação muscular, em determinada articulação.
Podem acontecer por impulso de outra parte do corpo - por exemplo, sentados numa mesa alta, pés longe do solo, você balança as pernas e solta até que elas parem (crianças fazem todo o tempo).
Muito utilizado em fisioterapia (nós utilizamos no estúdio), é o pêndulo do braço: deitado na beira de uma maca (fazemos no trapézio), o aluno deixa um braço solto para fora, pendurado, e faz micro movimentos como se fizesse micro círculos no solo com um lápis imaginário, ou balança, num gesto maior, e solta até que pare (como no caso das pernas na mesa alta).
A animação desta postagem mostra um exercício ensinado por Blandine, que é exatamente um movimento sinovial. Desta vez, entretanto, outra pessoa irá entrar em ação, e um objeto transicional, que intermediará a ação de quem propõe o movimento. A animação mostra apenas a idéia! O movimento deve ser bem mais lento, contínuo e por mais tempo.
A pessoa estará deitada no solo confortavelmente, verificar se precisa de alguma almofadinha ou rolinho no pescoço. Colocaremos seu braço longo e relaxado dentro de uma theraband forte. Pode também ser um tecido.
Fique atento para que esta thera tenha um comprimento bom de maneira que você, ou quem entrará e ação, mantenha a coluna organizada.
Coloque a thera sob o cotovelo da pessoa e inicie elevando um pouco e “soltando”, deixando cair. Repita algumas vezes. Deixe mesmo cair para que a pessoa tome consciência do peso e tamanho do seu braço inteiro.
Cuide para que o cotovelo fique bem no meio da thera de forma que não dobre.
Agora levante o braço até que saia do solo e comece a mover lentamente, aumentando, pouco a pouco, a amplitude do movimento.
Sem nenhum músculo em ação, a quantidade de informações proprioceptivas aferentes na articulação gleno umeral se sobressai muito e dá um estímulo de consciência desse local extremamente efetivo.
Obviamente não é algo que se possa utilizar sempre no ambiente de aula, pois atrapalharia o ritmo e não é essa a proposta. Mas, eventualmente, utilizar 10 minutinhos para que um colega faça no outro, pode ser uma estratégia didática diferente.
Numa aula individual fazer com quem tem uma musculatura de ombro tensa, também é uma boa estratégia para ser utilizada antes dos estímulos eferentes entrarem em ação.
Eu recomendo!
Quem experimentar compartilhe suas sensações. Vamos trocar!
Beijo, Silvia.
17 comentários:
ENCONTREI SEU BLOG E SEMPRE ESTOU DE OLHO EM SUAS INFORMAÇÕES. FAÇO PILATES 2X SEMANA E TENHO PROBLEMAS NO OMBRO DIREITO, E O PROF. ME PASSOU EXERCÍCIOS SIMILARES AOS QUE VC INDICOU, FIQUEI CONTENTE SABENDO QUE ESTOU NO CAMINHO CERTO.
GOSTARIA MTO DE COMPRAR SEUS CDS,MAS NÃO CONSEGUI ENCONTRA-LOS NA MINHA CIDADE, SERIA POSSÍVEL DE OUTRA FORMA?
OBRIGADA! VIRGÍNIA.
Silvia, sou sua "perseguidora", não apenas seguidora. Leio sempre seus posts. Essa idéia do estímulos sinovial já usava e realmente sempre é muito bom. Estou concorrendo aos DVDS...espero que tenha sorte.
beijão, Emília
Oi super... fiz isso hj. QUero alguém para fazer em mim. Pois é muito bom... sucesso garantido! beijos
Oi Vivi, que bom então que eu e seu professor utilizamos estratégias semelhantes. Caso queira posso te enviar os DVDs. Mande mensagem pelo silgomes@terra.com.br. Beijos e fique à vontade,
Oi Emilia, não precisa perseguir não, vamos lado a lado..rsrssr
Vou torcer para você nos DVDs, mas, se não ganhar, ainda tem a possibilidade de eu enviar para você. São baratos, R$20,/cada. Beijão, obrigada pela fidelidade!
Oi Renatinha, eu faço com você em breve.. ou arruma um bonitão, aí fica melhor ainda. Beijos!
Oi Silvia!! Ótimo post!
Fiquei com uma dúvida e tenho a impressão de ser uma dúvida boba, então peço sua orientação, por favor. É com relação a deixar o braço pendurado na mola pela alça de punho (vi a D. Norico fazendo), seria a mesma coisa?? Mesmo caminho e intenção de estimulos?
Bjs e obrigada!
Silvia você sabe se o pessoal da Associação dos instrutores de PIlates está fazendo alguma coisa sobre a resolução do conselho de eduucação física que saiu? Estou indignada! Beijos.
Oi Carol, você quer dizer a Aliança Brasileira de Pilates? Está tendo bastante movimento sim, temos representantes indo a reuniões com vária entidades e estamos nos posicionando e defendendo os direitos dos instrutores de Pilates. Beijo, Silvia.
Oi Cintia, conforme conversamos , de maneira geral o objetivo é o mesmo, relaxar e aumentar a consciência da região dos ombros.
Mas os estímulos específicos são bem diferentes.
No trabalho com a tehrabando temos um relaxamento completo da musculatura e a ênfase no despertar proprioceptivo da articulação gleno umeral.
No trabalho com tração da mola (colocarei foto em breve), a ênfase fica na tração na articulação, alongamento da muscultaura de toda região e mobilização neural.
Como você vê, um não substitui o outro, são complementares.
Beijo!
Oi Silvia,
Usei o theraband em duas alunas que têm lesão de plexo braquial e as duas adoraram, relataram da real sensação da consciência do braço comprometido assim como a diferença do braço comprometido com relação ao saudável! Muito legal! Elas falaram da sensação: "Parece que o nosso braço está flutuando na água, que sensação boa! Dá para sentir o peso do braço!"
Legal né Silvia?
Vou dar uma olhada sobre seus cursos e qualquer coisa entro em contato! Tem um mínimo e máximo de alunos que você considera ideal para fechar uma turma?
Beijinhos
Ana
Oi Ana: muito legal o relato das alunas! Parabéns!! Não sei quanto a você, mas meu maior prazer e poder criar situações aonde as pessoas sintam alívio, saiam do quadro de algia. É tudo!
Ana geralmente trabalho com um máximo de 14 pessoas, mas quanto menos gente, mais conseguimos aprofundar a compreensão dos movimentos! Beijos!
Oi Silvia, outro dia resolvi fazer o mesmo procedimento, mas nos membros inferiores, mais proximal ao joelho e depois na coxa, mais enfase no deslizamento no fêmur. A aluna relatou boa sensação de relaxamento. beijos!
É ótimo também. O problema é que a perna é bem pesada. Melhor fazer com uma canga/tecido/toalha, por exemplo, e se posicionar muito bem para cuidar de sua coluna. Beijos!! Boa dica!
Oi Silvia, adorei sua postagem. Faz renascer a esperança nos profissionais que acreditam na sutileza e na suavidade do gesto para despertar a consciência tão apagada nesses dias de correria.
Esse exercício me fez lembrar de sessões que fiz há muitos anos com a Gerry Maretzky, você a conhece? Ela foi uma das primeuras pessoas a trazer a anti-ginástica, exercícios de Feldenkrais.
Você me lembra seu jeito.
Muito obrigada pelos seus posts; eles sugerem carinho e atenção com o outro.
Bjs
Não conheço, mas vou pesquisar. Obrigada pela participação no blog. Em relação a despertar a consciência, confesso que, realmente, acredito muito nesse caminho para a reorganização. Beijo!
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