quarta-feira, 7 de outubro de 2009

6 Polestar International Conference


Olá pessoal!

A VI Conferência da Polestar em Salvador foi intrigante, desafiadora, estimulante entre outros adjetivos. Tivemos a oportunidade de vivenciar aulas com profissionais extremamente competentes, experientes e atualizados.
Competência e experiência são características usuais de toda equipe Polestar. A surpresa foi a atualização.
Na mesma maré que vem acontecendo mudanças gerais no mundo da atividade física como a entrada do Treinamento Funcional nas academias, o crescimento do Gyrokinesis e Gyrotonic, o Pilates Evolved vem apostando cada vez mais na integração de movimento.
O princípio, que aparece entre os seis da Polestar, ganha um novo fôlego: a capacidade de organizar-se é convidada a deixar um pouco de lado o ortogonal e fazer visitas mais frequentes ao espiral.
Claro que a mudança não aconteceu de uma hora para outra. Nada acontece assim.
Até as fisioterapeutas de minha equipe já vêm a algum tempo solicitando, nas recomendações dos programas dos alunos, trabalhos de oposição de movimento; o tema vem sendo motivo de discussão, vivências e idéias em reuniões de nosso grupo.
Esses elementos vêm sendo estudados, germinados, adubados por todos os cantos do planeta, mas na Conferência ele tomou corpo em aulas, workshops, palestras: conexões através de movimentos de oposição de cinturas, funcionalidade dos gestos, movimento orgânico.
Procurar levar o aluno a encontrar seu equilíbrio, sua organização, praticando o que ele precisa praticar com eficiência: andar, subir escadas, carregar sacolas, sentar horas na frente do computador, dirigir, manobrar... Os movimentos de suas funções cotidianas.
Para mim, pessoalmente, foi muito estimulante, regou minha massa cerebral e já me fez pensar, criar, experimentar novos elementos nas aulas.
Para muitos professores menos experientes nesse nosso caminho,entretanto, foi um pouco assustador.
Trouxe a sensação de que muitos elementos utilizados nas aulas e que são como um suporte, um chão do trabalho – por exemplo, os movimentos em decúbito dorsal com dissociação de MMII e MMSS – foram colocados na berlinda, tiveram sua eficiência colocada em cheque. Como se, subitamente, a integração de movimento atropelasse tudo que vinha sendo feito.

Mas não é assim.
No início de seu workshop Alastair Greethman perguntou como os professores ali presentes começavam suas aulas. A maioria respondeu em decúbito dorsal e justificou (BEM) sua opção.
Após sua aula, cujo título era “Esquerda e Direita Conecta o Centro”, ele nos perguntou apenas: será que precisamos começar sempre em DD?
Ou seja, nada está sendo desqualificado. O que vimos fazendo é excepcional.
Acredito, francamente, que em muitíssimos casos, a melhor coisa que podemos fazer para um aluno que chega desorganizado, com dores, sem nenhuma consciência de seu corpo É SIM deitá-lo no solo, para que seja acolhido por esse grande (o maior) fornecedor de feedbacks através de sua superfície de suporte estável, segura e fazê-lo simplesmente respirar e mover braços e pernas em movimentos ortogonais descobrindo que tem um centro, e que esse centro tem força, que tem coluna, e essa coluna tem zonas de alinhamento.
Isso é o básico e é fantástico.
São os primeiros passos em busca da conexão, da integração, da percepção do próprio corpo. A partir daí, podemos voar.
A validade e eficiência do que vem sendo feito não está sendo questionada. E nem poderia! Vemos os resultados de nosso trabalho diariamente nos relatos e postura de nossos alunos.
Apenas um novo e grande leque de opções está se abrindo.
É desafiador? Sim!
Exige estudo, experimentação, trabalho? Com certeza!
Mas é por isso que escolhemos Pilates. Para propor aos nossos alunos desafios possíveis em busca de uma nova organização de movimento, um novo ajuste aonde corpo e mente não se separam mais, é uma unidade de conexões de pele, músculos, ossos, fluidos, energias em movimento.

Desta vez, no entanto, os desafiados somos nós!
Hora de trabalhar, estudar, mergulhar nos equipamentos, explorar os acessórios, as instabilidades, as rotações, os unilaterais, os assimétricos!

Vamos trabalhando juntos e compartilhando idéias e conhecimentos!
Beijo grande, Silvia.

12 comentários:

Unknown disse...

Olá Silvia, mais um post com excelente qualidade, sempre dando aquela luz no fim do túnel e aquela iluminada na mente. Concerteza a conferência foi corretamente adjetivada e inspiradora para nós. Foi um prazer conhecê-la. Um abraço.

Silvia Gomes disse...

Oi Sidney, obrigada pela visita.. O prazer foi meu. Beijo grande.

Unknown disse...

Olá Silvia!!!
Excelente texto. Muito bem escrito.
Gostei muito do tema porque era uma situação que a tempos questionava....
Alguns alunos meio que "condicionados" já chegavam e deitavam, rsrsrs.....comecei a mudar e experimentar começando as aulas com o aluno sentado ou em pé e o resultado tem sido muito satisfatório....percebo que eles apontam a semelhança no exercício ou fundamento, por exemplo, e eles próprios fazem comparações e comentam suas sensações, facilidades ou dificuldades quando percebem que já fizeram o mesmo movimento estando em posições diferentes.
Eles "se percebem", rsrsrs!!!
Muito bom!!!
Beijos!!

Renata Batista disse...

Hum... que pontinha de inveja boa, queria estar lá! rs Espero que venha mais post por aí, bem detalhados! rs
Tenho tido a oportunidade de trabalhar com adolescentes... Todos com a mesma queixa: postura! E com eles tenho explorado bastante a instabilidade, propriocepção, os desafios, esquerda, direita... Tem dado resultado neles e nas minhas aulas! E tb já faço como a Cintia, nunca tenho uma forma "fixa" de começar, cada semana é de um jeito. Dentro de uma lógica, claro! Preciso aprender muito mais de tudo isso que vc falou ai...

Beijos! até...

Carol Dias disse...

Oi Silvia. Adorei este post. Tentei estar na Conferência mas não deu certo porque os cursos que me interessei já estavam todos lotados. Mas foi bom ler seu post porque me deu um gostinho do que foi discutido de novo lá. Tenho certeza que foi tudo maravilhoso nestes dias. Bjoos

Mariana Borsoi disse...

Bela postagem, Sil!
Parabéns pela clareza em se expressar e obrigada pelo compartilhamento!
Beijos!

Silvia Gomes disse...

Oi garotas, obrigada vocês pela presença.
Aproveito para compartilhar um assunto em que nos encontramos, mais uma vez, antenadas.
Estamos no segundo mês de uma experiência que tem tido bastante sucesso.
Definimos 5 aquecimentos:
Bolão - elementos sentados com mobilidade de coluna lombar, gatos
Flex-ring - ênfase em alongamento e MMII, peitoral e MMSS
Caixas - elementos sentados com ativação de assoalho, alongamento de glúteo e flexores quadril
Theraband - elementos em pé e ênfase em alongamento de MMII
Circuito de equilíbrio - variedades de equilíbrio em circuito

Mantemos a ordem, mas cada dia iniciamos com um para ir variando e todos os alunos passarem por todos no mês.
DEcidimos assim por sentir que os alunos estavam precisando de momentos de alongamento mais intenso de MMII e MMSS, peitoral etc e para introduzir um trabalho mais intenso de equilíbrio (grande causa de quedas e mortes - por consequência das quedas - em idosos.

É isso aí.. beijos.

Jader disse...

Eu estive presente e tive a satisfação de conhecer e fazer dupla com a Sílvia!!! hehehe
Muito coerentes as suas colocações como sempre...
um forte abraço e prazer em conhece-la!!!

Silvia Gomes disse...

OI Jader! O prazer foi meu.. tinham poucos homens na conferência e Jader estava sendo disputado a tapa!! rsrsrs
Hei! Vai lá fazer o curso em Balneário hein!!
Beijo, silvia.

Marcia disse...

Silvia, olha o teu e-mail tem um recado meu para vc.Me passa tb o telefone da aula na Ilha.

Um beijo,
Marcia

Unknown disse...

Oi Silvia! Adorei seus comentários! Tenho uma grande dúvida relacionada a hipertrofia x flexibilidade, será que poderia me ajudar?
Percebo a grande preocupação das pessoas no geral em obter uma musculatura bem acentuada, e muitas vezes prejudicando no processo da "boa" flexibilidade... O que vc acha deste concorrente treino? Será possível obter uma musculatura com uma hipertrofia desejada sem prejudicar a flexibilidade e vice - versa?

Silvia Gomes disse...

Oi Cheila, leia a postagem acima deta (Fly moon) da Clara Trigo que ela vai te dar uma boa luz.
Uma palhinha " A hipertrofia realmente não favorece a leveza e agilidade que a bailarina precisa ter.
A força é uma combinação entre dois elementos: volume da fibra muscular + oordenação motora. Sabendo disso, vc pode criar estratégias de fortalecimento abusando dos desafios de coordenação e abrindo mão de carga e hipertrofia.
Sugiro que você trabalhe com ela exercícios de refinamento da coordenação motora, desafios de equilíbrio e pouca carga."

Outra dica que te dou é uma sugestão de bibliografia: Flexibilidade e Alongamento do Abdallah Achour Junior, Ed. Manole

Beijo, obrigada pela presença, silvia.

Minha foto
Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..