quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Paninhos!


Essa história de usar paninhos e tecidos em geral como dica táctil começou com a Jaqueline, lá no Atelier do Corpo.
Ela usou uma canga. Nada mais adequado para um estúdio na Bahia.
Recentemente vi a Sherry Betz lançando mão dele como sugestão de dica no Update da Physiopilates.
Já deu pra perceber que ele é internacional.
O paninho tem, a princípío, duas funções principais: ser imobilizado ou ser deixado livre, leve e solto.

Exemplo 1: numa flexão torácica (ab curl) com pernas flexionadas, pés apoiados no solo na direção dos ísquios, colocar o paninho indo de um lado ao outro do tronco na altura da lombar (no ápice da concavidade, região de L2, L3).

Objetivo: deixá-lo solto ( o professor deve movimentá-lo especialmente durante a flexão) para garantir que o trabalho está acontecendo somente nas vértebras torácicas enquanto a lombar permanece relaxada (na famosa posição conhecida como coluna ou pélvis neutra).

Exemplo 2: No exercício de dissociação escapular, quando sugerimos o exercício de flexão de ombros em dec. dorsal, com braços estendidos, muitas vezes acabamos com nosso repertório táctil e verbal e, ainda assim é difícil para o aluno (na verdade pra mim também...) não hiperextender a coluna torácica. Fácil de vêr isso quando a caixa torácica faz "aquela" expansão fruto de uma boa alavancada nas costas!
Nesse caso o paninho é colocado na torácica (lá na altura da alça do sutiã ou do polar para os rapazes), também de lado a lado do tronco.

Objetivo: segurá-lo com as costas enquanto os braços são elevados em flexão. É no momento que os braços se afastam do centro desafiando a estabilidade da coluna que o professor deve procurar movimentá-lo e pedir para o aluno segurá-lo.
É incrível!! A torácica acomoda no chão na hora!
Como pretendemos que o aluno não expanda as costelas, mas afunile-as , recomendo usar a expiração durante a flexão dos ombros. Do contrário estaremos desafiando e não facilitando.
Experimentem e me contem!
(Ah! A imagem acima é do livro Respiração da Blandine Calais, ed. Manole)

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Silvia!

Adorei o seu espaço e essa oportunidade para aprofundarmos o nosso conhecimento.

Aproveito o momento para deixar uma observação aqui que tenho encontrado durante as práticas de aula. Muitos alunos reclamam sentir dor na lombar quando fazem a flexão de coluna torácica com a pélvis neutra. E no curso da physiopilates lembro-me bem de um dos colegas dizer que os alunos dele também reclamavam disso.

No curso com a Collen Craig ela enfatizou a pélvis neutra na flexão da coluna torácica, mas com a dor que os alunos sentem, muitas vezes não é possível continuar o exercício assim, necessitando de modificações.

O que você e/ou outros profissionais sugerem para esta situação?!

Obrigada pela atenção!
Beijos!

Silvia Gomes disse...

Oi anônimo!
Sou da posição que sair do quadro de dor (ou não entrar nele) é prioridade máxima.
Se existe dor na flexão torácica com coluna neutra, talvez você possa experimentar algumas variações como elevar as pernas - colocá~las sobre uma caixa, bola, 1/2 lua ou mesmo na parede. São estratégias para relaxar mais os flexores do quadril e a lombar.
Uma pequena báscula (o ´imprint´, termo que conheci no curso de Mat da Stoot) também pode ser bem vinda inicialmente.
De qualquer forma é importante ter em mente que manter a coluna neutra não é tensioná-la mas, pelo contrário, deixá-la relaxada.
E, caso você opte pelo ´imprint´, estimule o aluno a utilizá-lo com consciência e não no embalo da flexão em bloco.
Espero ter auxiliado, beijo, silvia.

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Sampa, SP, Brazil
Mulher, mãe, professora de Ed. Física, instrutora de Pilates, uma apaixonada pelo movimento: o meu, o seu, o de todos nós, o de todas as coisas..